Leandro da Costa Lane Valiengo, Leonardo Peroni de Jesus,Marcus Vinicius Zanetti
Instituto e Departamento de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP).

Abstract:

O uso de antidepressivos em depressões bipolares suscita controvérsias tanto em relação à sua real eficácia quanto pelo potencial risco de virada maníaca e indução de ciclagem, relatados de maneira espúria na literatura. Recentemente, Sachs et al. 1 publicaram um artigo no The New England Journal of Medicine procurando trazer alguma luz para esse tópico. Para tanto, desenvolveram um ensaio clínico multicêntrico, duplo-cego e controlado com placebo, no qual 366 pacientes com transtorno bipolar do tipo I ou II, em fase depressiva, foram aleatoriamente divididos em dois grupos. O grupo intervenção ativa recebeu medicação antidepressiva − paroxetina (93) ou bupropiona (86) − enquanto o segundo grupo (186) recebeu placebo associado à medicação estabilizadora do humor. Foram utilizados como estabilizadores de humor lítio, valproato/divalproato de sódio, carbamazepina ou outros agentes antimaníacos (ziprasidona, quetiapina, risperidona, aripiprazol e olanzapina). O diagnóstico baseou-se nos critérios do DSM-IV por meio de entrevista clínica estruturada (Structured Clinical Interview for DSM-IV) e, posteriormente, foi confirmado por um entrevistador independente usando o Mini-International Neuropsychiatric Interview (MINI).

Keywords:antidepressivos ,fase depressiva ,psicoterapia e medicamentos